quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Pais dedicados, justiça injusta: A urgente necessidade de humanizar o judiciário brasileiro


 

Pais dedicados, justiça injusta: A urgente necessidade de humanizar o judiciário brasileiro

 

Por Carlos Galdino


Os bons pais estão sendo injustiçados, e é imperativo que a justiça brasileira mude e humanize seu olhar para os homens que se dedicam, que querem e são bons pais. Em um cenário onde cada vez mais homens assumem a paternidade de forma ativa, não se limitando a registrar os filhos ou fornecer alimentos, mas participando intensamente do dia a dia e do desenvolvimento emocional e social de seus filhos, o sistema judiciário ainda falha em atenção e não valoriza essa evolução.

 

Esse movimento de paternidade consciente surge paralelamente ao crescimento da independência das mulheres no mercado de trabalho, reforçando a importância da presença masculina na criação dos filhos. No entanto, apesar dessa transformação social, muitos pais dedicados ainda sofrem as consequências de um histórico de abandono material e afetivo predominantemente e onde a figura paterna era muitas vezes ausente ou negligenciada. Como resultado, o sistema judiciário ainda carrega uma visão distorcida que penaliza todos os pais com base nos erros de uma grande parcela, deixando de considerar e valorizar aqueles que realmente querem estar presentes e ativos na vida de seus filhos. 


Dra.  Patrícia Silva, advogada especializada em direito de família, aponta que muitos pais desistem de lutar pela guarda devido à morosidade do sistema e ao desgaste emocional. “Há um preconceito enraizado que associa o cuidado dos filhos exclusivamente às mães. Isso precisa mudar”, afirma.

 

Na prática, a justiça brasileira não tem cumprido a lei de forma equânime, penalizando pais responsáveis ​​e comprometidos, e mantendo uma visão ultrapassada de que o pai é um mero pagador de pensão, enquanto a guarda dos filhos é automaticamente transferida às mães.

 

Ricardo Souza, 42 anos, pai, contou que planejou um processo de mais de dois anos para conseguir a guarda compartilhada de seu filho. "Foi um desgaste emocional imenso. Eu só queria estar presente na vida do meu filho, mas a justiça parecia ver os pais apenas como pagadores de pensão", relata. O sentimento de impotência é comum entre muitos homens que, apesar de seus esforços, enfrentam um sistema que ainda se prende a estereótipos de gênero.

  

"João, pai de dois filhos, relata que, após o divórcio, enfrentou diversas dificuldades para conseguir a guarda compartilhada. 'Senti-me como se a justiça presumisse que, por ser homem, eu não seria capaz de cuidar dos meus filhos da mesma forma que a mãe', desabafa."

  

Essa realidade precisa mudar. O judiciário brasileiro deve superar a cultura que enxerga todos os pais como abandonadores, registrando e reparando as injustiças cometidas contra aqueles que, de fato, se esforçam para cumprir seu papel na vida dos filhos. É essencial que o sistema jurídico passe a tratar esses pais com o patrimônio que merece, garantindo que sua dedicação e compromisso sejam devidamente valorizados e respeitados. Só assim poderemos construir uma sociedade mais justa e equilibrada para as próximas gerações.


O futuro das próximas gerações depende dessa mudança. É hora de humanizar a justiça e garantir que pais dedicados sejam tratados com igualdade e respeito que merecem ser tratados com a dignidade e o respeito que sua dedicação exige, e a justiça deve ser a primeira a considerar isso.






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