Homenagem à Mulher Negra: Comemoração e Reflexão no Dia 25 de Julho
Hoje, 25 de julho, celebramos o Dia da Mulher Negra, um momento dedicado a honrar a contribuição e a resistência das mulheres negras na sociedade. Essa data é uma oportunidade para refletir sobre a luta contra o racismo e o machismo, e reconhecer as conquistas das mulheres negras em diversos campos, apesar dos desafios enfrentados.
A criação desta data é uma homenagem à heroína quilombola Tereza de Benguela, que liderou a resistência negra contra a escravidão no Brasil. Este dia também é conhecido como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, marcando a importância de reconhecer a luta e a resistência das mulheres negras em todo o continente.
Tula Pilar Ferreira: Uma Mulher Negra de Luta e Poesia
Entre as mulheres negras cuja trajetória nos inspira, destaca-se Tula Pilar Ferreira. Nascida em um ambiente de desafios, Tula Pilar mudou-se com a família para Belo Horizonte ainda criança, e começou a trabalhar cedo, ajudando a mãe, que era cozinheira. Aos 15 anos, tornou-se mãe de sua primeira filha, Samanta. Sua vida foi marcada por dificuldades, incluindo o racismo e a luta pela sobrevivência, trabalhando como empregada doméstica e vendedora de revistas.
Tula Pilar foi uma voz ativa na literatura e na cultura periférica. Ela organizou saraus como o "Cadin de Coisa", onde misturava culinária e arte, e foi coordenadora do coletivo Raizarte. Além disso, publicou o livro "Palavras Inacadêmicas" e contribuiu com poemas para a revista Ocas.
Em entrevista ao Museu da Pessoa, Tula Pilar falou sobre suas experiências com o racismo: "Muitas vezes alguém falava, mas a negrinha vai entrar? Mas então a patroa falava 'ela está comigo, é da minha família, brinca com as minhas meninas'. Eu lembro muito disso, sempre era um segurança ou alguém sempre perguntando." Sua luta diária e sua voz potente foram instrumentos de resistência e denúncia das injustiças sociais.
Carlos Galdino, que a conheceu pessoalmente, ressalta que Tula Pilar era mais do que uma presença em eventos culturais: ela era uma mulher que enfrentava batalhas diárias para sustentar sua família. Ele lembra que "é importante reconhecer as pessoas em vida, valorizar e estender a mão para as pessoas em vida e não só quando elas partem."
Reflexão e Ação
Que esta data nos inspire a agir, não apenas em homenagem, mas em solidariedade e apoio contínuo às lutas das mulheres negras, para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Carlos Galdino
Bacharel em Direito
Membro do Plano municipal do Livro leitura literatura e Bibliotecas PMLLLB
Membro da Academia de Letras do Brasil
Comunicador na Rádio Cantareira FM
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