segunda-feira, 10 de junho de 2024

O Legado poético de Lourival Farias Sodré: um visionário na cena literária Paulistana

 


Por Carlos Galdino


No vasto panorama da literatura brasileira, há nomes que se destacam não apenas pela qualidade de sua obra, mas também pela sua contribuição singular para o desenvolvimento cultural de uma região. Lourival Farias Sodré é um desses nomes, um poeta e engenheiro baiano radicado em São Paulo, cuja influência na poesia e no movimento de saraus é notável, mesmo que pouco documentada na internet.


A era antes da internet e dos saraus multiplicados


É importante ressaltar que a trajetória de Lourival se deu em um tempo anterior à era digital e à explosão dos saraus. Poucos registros e relatos sobre seu trabalho, história e importância para a poesia estão disponíveis online, mas isso em nada diminui seus feitos. Antes mesmo da popularização da internet e da proliferação dos saraus na cena cultural de São Paulo, Lourival já se destacava como um desbravador visionário da poesia.




O Pré-Sarau de Lourival


Lourival, em sua atuação, pode ser considerado um precursor do movimento de saraus. Antes da existência de espaços como a Casa das Rosas e da ampla disponibilidade de editais culturais, ele ministrava oficinas literárias que se tornaram verdadeiros polos de criação e expressão poética. Suas oficinas eram marcadas pela democracia, gratuidade e inclusão, promovendo o pensamento crítico e a criação poética através da leitura e análise de diversos escritos.


Uma peregrinação poética




Lourival percorreu diversos espaços da cidade com suas oficinas, uma vez que não havia um local oficial e estruturado para o desenvolvimento contínuo da escrita e produção poética. Desde o Parque da Água Branca até a Biblioteca Mário de Andrade, ele levava sua paixão pela poesia a todos os cantos da cidade, incluindo espaços públicos e privados que, na época, não eram destinados à leitura e lançamentos de livros.


O legado de lourival


Dentre os feitos de Lourival, destacam-se os livros coletivos publicados a partir das oficinas por ele ministradas, como "Poetas da Mário de Andrade" (2005) e "Passeando no parque, versus, versus, versos" e "Mosaico e notas poéticas". Além disso, Lourival, mesmo associado a entidades como a UBE e a Associação Nacional de Escritores, também criticava a atuação tímida dessas instituições em favorecer os poetas locais, sonhando com uma São Paulo mais literária e acessível à leitura.





O visionário da poesia


Lourival não se limitava apenas a ministrar oficinas. Ele atuava como jurado em concursos literários, organizou coletâneas, dirigia programas de TV comunitária e era um verdadeiro visionário na cena literária paulistana. Sua visão de uma cidade mais literária e acessível à leitura o coloca como um dos precursores do movimento de saraus e um nome indispensável na história da poesia em São Paulo.





Embora sua presença na internet e nos registros históricos possa ser limitada, o legado de Lourival Farias Sodré na poesia paulistana é indiscutível. Sua atuação pioneira antes da era digital e dos saraus multiplicados o coloca como um verdadeiro visionário, cuja influência perdura até os dias de hoje. É hora de reconhecer e celebrar a contribuição de Lourival para a cena literária de São Paulo, inspirando as gerações futuras a seguirem seu exemplo de dedicação e comprometimento com a poesia e a cultura.










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