Por Carlos Galdino
No vasto panorama da literatura brasileira, há nomes que se destacam não apenas pela qualidade de sua obra, mas também pela sua contribuição singular para o desenvolvimento cultural de uma região. Lourival Farias Sodré é um desses nomes, um poeta e engenheiro baiano radicado em São Paulo, cuja influência na poesia e no movimento de saraus é notável, mesmo que pouco documentada na internet.
A era antes da internet e dos saraus multiplicados
É importante ressaltar que a trajetória de Lourival se deu em um tempo anterior à era digital e à explosão dos saraus. Poucos registros e relatos sobre seu trabalho, história e importância para a poesia estão disponíveis online, mas isso em nada diminui seus feitos. Antes mesmo da popularização da internet e da proliferação dos saraus na cena cultural de São Paulo, Lourival já se destacava como um desbravador visionário da poesia.
O Pré-Sarau de Lourival
Lourival, em sua atuação, pode ser considerado um precursor do movimento de saraus. Antes da existência de espaços como a Casa das Rosas e da ampla disponibilidade de editais culturais, ele ministrava oficinas literárias que se tornaram verdadeiros polos de criação e expressão poética. Suas oficinas eram marcadas pela democracia, gratuidade e inclusão, promovendo o pensamento crítico e a criação poética através da leitura e análise de diversos escritos.
Uma peregrinação poética
Lourival percorreu diversos espaços da cidade com suas oficinas, uma vez que não havia um local oficial e estruturado para o desenvolvimento contínuo da escrita e produção poética. Desde o Parque da Água Branca até a Biblioteca Mário de Andrade, ele levava sua paixão pela poesia a todos os cantos da cidade, incluindo espaços públicos e privados que, na época, não eram destinados à leitura e lançamentos de livros.
O legado de lourival
Dentre os feitos de Lourival, destacam-se os livros coletivos publicados a partir das oficinas por ele ministradas, como "Poetas da Mário de Andrade" (2005) e "Passeando no parque, versus, versus, versos" e "Mosaico e notas poéticas". Além disso, Lourival, mesmo associado a entidades como a UBE e a Associação Nacional de Escritores, também criticava a atuação tímida dessas instituições em favorecer os poetas locais, sonhando com uma São Paulo mais literária e acessível à leitura.
O visionário da poesia
Lourival não se limitava apenas a ministrar oficinas. Ele atuava como jurado em concursos literários, organizou coletâneas, dirigia programas de TV comunitária e era um verdadeiro visionário na cena literária paulistana. Sua visão de uma cidade mais literária e acessível à leitura o coloca como um dos precursores do movimento de saraus e um nome indispensável na história da poesia em São Paulo.
Embora sua presença na internet e nos registros históricos possa ser limitada, o legado de Lourival Farias Sodré na poesia paulistana é indiscutível. Sua atuação pioneira antes da era digital e dos saraus multiplicados o coloca como um verdadeiro visionário, cuja influência perdura até os dias de hoje. É hora de reconhecer e celebrar a contribuição de Lourival para a cena literária de São Paulo, inspirando as gerações futuras a seguirem seu exemplo de dedicação e comprometimento com a poesia e a cultura.
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