terça-feira, 20 de julho de 2010

Pretérito mais que Perfeito

A memória? Ora, a memória!
É minha e dela faço o que quero.
E se recordo o que bem me apraz,
Zás-trás apago e reduzo a zero
Tudo aquilo a que não me apego:
Sou o autor de minha história,
Editor de tudo o que lembro.
O que incomoda, jogo fora
E o que falta, trago pra dentro,
De tal maneira e sorte que, agora,
Se me der um déjà-vu, um flashback,
Não restarão quaisquer momentos
Em que eu erre, ou falhe, ou peque.
Só lembrar do que é bom, por que não?
E se eu por acaso, algum dia,
Ceder à tentação da autobiografia,
Sairá com certeza uma obra de ficção.

2 comentários:

Nadine Granad disse...

Haha... genial!
Título, conteúdo... diálogo mágico!


Abraços carinhosos =)

Paulo Laurindo disse...

Isto é que é fazer de si uma obra prima. Valeu a lição.

achados & perdidos

Para André dias - Poesia é besteira - por Rudá