domingo, 6 de junho de 2010

Diagnóstico



Ela é uma mulher muito ocupada.

Acorda, olha através,
além dos olhos da vidraça.

E se esforça,
antes que lhe escape o mote,
em pensar algo
que lhe baste um pouco
- quem sabe um choque
nos que esperam mais
dessa mulher muito ocupada
e forte -

Cansam-me sóis repetidos,
vidraças, garoas, edifícios...

O dia vai administrá-la
mal vesti-la,
agenda-la
come-la rápido no drive-thru da esquina.

Mas ela chega em casa
e ainda precisa aproveitar a noite
para se encher de olheiras
e copiar os mortos

(phodiam mais que ela).

Não é à toa que entre seus dedos
caibam apenas
vidraças repetidas, frias,
novamente sóis, estrelas,
luzes da cidade
e espera.

Um comentário:

Anônimo disse...

LINDO, O SEU BLOG E SUAS POSTAGENS!
UM GRANDE ABRAÇO!
http://gui-divulgacaodeespetaculos.blogspot.com/p/textos-e-poesias.html

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Para André dias - Poesia é besteira - por Rudá