sou efêmera massa mole
a ser cagada depois de comida,
ou a jóia rara, nela contida?
Vejo a ostra se abrindo e cismo:
ainda nos pensaremos pérolas
quando começarmos a morrer,
moluscos eremitas,
em completo ostracismo?
Não quero ser comida, não quero ser cagada,
depois de digerida:
mas também não quero apenas enfeitar a vida.
De nada serve a jóia se não alimenta?
Pra que serve a cigarra? Pra que serve a formiga?
Pra que serve a cigarra que recita lava-pés
e entoa canções saúvas?
Cigarras explodem jovens,
formigas ficam velhas e apenas correm:
só as formigas morrem.
(O remédio pra tudo é uma panela de água fervente que já deviam ter me jogado).
Um comentário:
Crítico, denso, sem perder a poesia!...
Adorei ;)
Espaço sempre lido, embora nem sempre comentado!
Abraços carinhosos =)
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